quarta-feira, 16 de julho de 2008

Na Boca do Lobo

Momentos de melancolia vem e vão com uma trilha sonora que combina,
e eu nem tenho pra quem ligar
.
Tudo parece meio sujo.
Apesar de tantas luzes, tudo parece meio escuro.
Eu me embaralho no horizonte vil da cidade.

Mais vinte minutos pensando nisso.

Mais outro cigarro pra cabeça, porque o pulmão da esquerda já parece ter uma mancha, segundo o jeito que eu venho respirando.
Indício de chuva.
Indico alguém pra porem a culpa.
Melhor eu correr, mas, disseram que tanto faz. Você vai se molhar por igual.

Duas... Três da manhã já.
Outra mulher nua na televisão de um bar. Nem valia a pena sonhar. Uma pena.
Vamos indo, agora que o aguaceiro passou e virou uma garoa fina.

Outro "out-door" ao chão. Não tinha nada de bom pra mim ali mesmo.
Falta pouco pra chegar.
A banca de jornais já abriu. Mas quem quer ler um jornal de ontem com notícias de ante-ontem? Ainda bem que esse que leio agora é de hoje, mas as notícias continuam no pretérito.
Quero ler um diário popular onde todo mundo possa falar, sem medo de ver as coisas mais de perto. Sem medo.

Chegamos finalmente, quem diria.
Estou em casa, mas isso aqui não parece meu lar.
Cadê minhas coisas, meus vícios, os meus diretores?
Onde estão meus os meus sonhos? Cadê aquilo que chamava... personalidade?
Onde foi parar oque eu sou?

Achei que tinha escapado da boca do lobo, mas agora me vejo preso entre os dentes.





Um comentário:

André disse...

Outro cigarro na cabeça, buscando o paraíso pela madrugada..inventando grandes finais, sem se preocupar com prazos, lares. Sonhos? A gente inventa..inventamos mentiras e verdades. Estamos aí, no meio..no meio do nada, rumo ao nada, na escuridão..mas de mão dadas por algo! É o que importa, né?
Vamos trilhando nesse caminho..uma hora inundaremos tudo de luz, pode crer..
Um abraço meu bro!